No dia
22 de abril de 1500, no litoral sul do Estado da Bahia, hoje chamado de Porto Seguro,
um grupo de nativos encontrou uma frota portuguesa à deriva, segundo
informações dos nativos, estavam indo em direção às Índias. Eram mercadores,
aventureiros, exploradores, escravos e religiosos em busca de novas colônias
para aumentar o poderio português. Ao pisarem em terra seca, abismaram-se ao
descobrirem que ali já existiam pessoas que, a seu ver, eram diferentes: não
usavam roupas, pintavam seus corpos, suas casas eram feitas de folhas de
árvores, viviam em comunidades e desfrutavam de tudo o que a natureza produzia.
Para os portugueses, essa vida parecia muito pacata; por isso, logo lhes ofereceram
bebida e outros adereços em troca de suas riquezas como ouro, prata, pedras
preciosas e outros bens que possuíam. Com isso, foram despertando nos nativos o
interesse pela bebida, luxúria, prostituição
e uma religiosidade aos ditames de Roma. 513 anos depois, 513 deputados criam
uma comissão para desenvolver um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) para
tratar das questões indígenas (nome dado pelos portugueses). Nesta terça-feira, mais de 600 índios de 73 etnias diferentes ocuparam o plenário da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania), tiveram que deixar o seu habitat
para tomarem o plenário da Câmara Federal a fim de anularem algumas resoluções
do (PEC 215). Os nativos perdidos em seu próprio chão reclamam direitos que
lhes foram furtados, espaços que lhes foram tirados, neste agora Brasil. O
Brasil da impunidade, da violência, da falta de respeito e do preconceito.
O que dizer neste dia
19 de abril? O que comemorar? Uma migalha que restou de solo explorado, assoreado,
improdutivo; rios poluídos, sem vida e sem alimento, pobres nativos! Sou
descendente destes nativos os verdadeiros donos deste chão que também deseja que
encontrem um espaço neste mundo para que desenvolvam suas famílias e criem seus
filhos no contexto do mundo moderno.
Jó 6.25 “Quem fala a verdade convence,...”
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